quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Super Smash Bros.: uma coleção de memórias

Há 10 anos, o terceiro jogo da famosa franquia de luta da Nintendo foi lançado para o Nintendo Wii, Super Smash Bros. Brawl. Talvez tenha sido o jogo que mais antecipei em minha vida. Meu hype é algo que jamais esquecerei. Nenhuma campanha pré-lançamento de vídeo-game foi tão marcante quanto a do Brawl, tudo graças a um sitezinho chamado Smash Bros. DOJO!!.


Nele eram feitos updates DIÁRIOS com todo tipo de informação do jogo, desde itens, fases, modos, músicas e claro, os personagens, os quais eram os updates mais aguardados. Era um ritual acessar esse site toda manhã e se surpreender com qualquer coisa que mostravam. Quando anunciaram o Sonic de personagem jogável então? Fiquei maluco, até porque na época eu era fã do personagem.

O trailer dele usava Live & Learn, uma música que eu amava na época.


Mas o site oficial não era o suficiente para mim. Queria mais informações. Vasculhava todo canto da internet em busca de novas imagens e vídeos e postava tudo no meu canal do YouTube. Cheguei a postar um vídeo de 20 segundos de baixíssima qualidade de um cara mostrando o menu de um dos modos. Eu era completamente fissurado por esse jogo.

Nenhuma trilha sonora de vídeogame é tão marcante quanto a do Brawl para mim. Para a época, seu tamanho era massivo. Mais de 300 músicas! A muitas delas tenho memórias atreladas, pois as escutava sem parar em 2008, as usava em todo tipo de vídeo que produzia no Windows Movie Maker. Meu primeiro MP3 player, com incríveis 250 megabytes de espaço, era composto 70% por músicas desse jogo. Ainda as escuto com muita frequência, pois vários remixes são fenomenais.

O MP3 player que eu tinha não era exatamente assim, mas a interface era igual.

Eu sempre digo que 2008 foi um dos melhores anos da minha vida, pois o tanto de lembranças que tenho dele não se compara com nenhum outro ano. Uma experiência fantástica que tive há exatamente uma década foi visitar a Super Casas Bahia. Se você é de SP, certamente já ouviu falar disso. Durante os fins de ano da década passada, o Pavilhão do Anhembi se tornava justamente o que o nome indica, uma loja gigantesca das Casas Bahia, cheia de atrações.


Na edição de 2008, meu saudoso pai fez o favor de levar eu e alguns amigos para lá durante uns quatro fins de semana, pois era possível jogar diversos jogos de Wii. Joguei um pouco de Wii Sports e Wii Fit, mas não tanto por conta das filas. Um jogo que eu adoraria ter jogado, mas que não consegui por conta das filas imensas foi o Mario Kart Wii. Sempre amei a franquia, então estava ansioso para jogá-lo. Inclusive, esse jogo recebeu o melhor tratamento de todos no evento, pois havia um stand enorme só para ele, com diversas TVs, diferente dos demais que tinham apenas uma TV para cada. Abaixo, um vídeo da minha pessoa com 12 anos jogando Wii Fit.

                        

Contudo, teve um jogo que eu passei horas jogando em todas as vezes que fui à loja. Surpreendentemente, as filas desse eram minúsculas. Sabe de que jogo estou falando, né? Sim, Super Smash Bros. Brawl! Cara, eu fiz amizade com os monitores da área do Wii de tanto que joguei isso. Ganhei de alguns deles em umas partidas, inclusive. Até tenho dois deles adicionados no Facebook! Eles gostavam tanto de mim que até me deram um bonezinho do Mario. E por algum motivo que jamais descobrirei a resposta, eles me chamavam de Betty.

Eu sempre levava a câmera da minha irmã para gravar algumas partidas, afinal, eu estava jogando o Brawl, cara! Era um sonho realizado para mim na época. Algumas dessas gravações estão no YouTube até hoje. Teve um dia que deixei de gravar, porque cheguei lá e o jogo estava desativado por conta de um dos dois controles estar sem pilha. Mas você acha que eu perderia viagem? Claro que não! Emprestei as pilhas da câmera para colocar no controle e vivi meu sonho por mais um dia. No vídeo abaixo, eu uso o R.O.B.

                        

Em 2009, finalmente ganhei meu Wii. Dei a sorte de encontrar o Brawl justamente na loja onde meu pai comprou o console, já que não era um jogo fácil de encontrar pirata devido ao fato de ser um dos únicos jogos dual-layer do Wii. Seria trágico se não comprasse o console junto dele, pois era disparado o jogo que eu mais queria. Consigo lembrar do vendedor da loja testando o Smash, o Mario Kart e um jogo aleatório de pesca, maravilhado com o pensamento de que teria estes jogos em minhas próprias mãos....exceto o de pesca, esse ficou por lá mesmo :v

Foto de 2010 do meu Wii, com o porta-CDs de jogos piratas à frente e dois originais atrás.

Não preciso nem dizer o tanto que joguei essa belezura, né? Infelizmente eu vendi meu Wii, então não posso conferir o total exato de horas, mas chuto por volta de umas 250. Na época eu praticamente não tinha amigos para jogar o multiplayer, mas isso não me impediu de me divertir horrores com o jogo, especialmente com aquele modo história que, em minha opinião, é a melhor coisa que já fizeram em toda a franquia.

Vira e mexe eu assisto de novo as maravilhosas cutscenes desse modo.

Mas não é apenas com o jogo de Wii que guardo lembranças marcantes. O original de Nintendo 64 foi o primeiro jogo que tive do console. Ainda tenho leves vislumbres do dia que fui com meus pais compra-lo na locadora onde eu sempre alugava jogos e fitas de VHS. Era uma locadora da franquia Premiere, que tinha diversas unidades em SP. Lembro da vitrine onde se encontravam os jogos para venda, junto do console. Nesse dia tinha o Mario Party 2 à venda também, mas optei pelo Smash.

Infelizmente não achei nenhuma foto da locadora enquanto ela estava aberta, então aqui está seu estado atual :(

Finalmente ter um jogo para sempre e não precisar fica-lo alugando foi um grande evento para mim na época. Infelizmente, essa glória durou pouco, devido a um incidente que resultou no jogo tendo que retornar à locadora. Não lembro de todos os detalhes dessa história, pois é uma lembrança deveras antiga.

O jogo definitivo da minha infância com o Nintendo 64 foi o Yoshi’s Story. Eu o amava de paixão, alugava sem parar. O Yoshi não seria um de meus personagens favoritos se não fosse por esse jogo. Em um dos muitos dias que o aluguei, o emprestei a um amigo meu. Acontece que, não sei como, ele perdeu o cartucho. Por conta disso, tive que devolver meu precioso Smash. Era isso ou meus pais teriam que desembolsar uma grana preta.

Como grande parte das memórias que tenho com esse jogo no Nintendo 64 são de quando eu tinha menos de 10 anos, não lembro com clareza de muita coisa. Mas o fato é que eu nunca parei de jogá-lo. Em 2007, depois que a locadora fechou, descobri o mundo dos emuladores. Se você entrar no meu canal do YouTube e vasculhar os vídeos dessa época, vai encontrar vários vídeos toscos de Smash 64 feitos no Windows Movie Maker.


Além disso, os emuladores proporcionaram a possibilidade de jogar esse jogo online! Vira e mexe eu ainda me divirto um pouco com meus amigos usando o Yoshi e o DK, meus personagens principais. Tiveram alguns meses de 2015 e 2016 que jogávamos sem parar, fizemos até campeonatos. Algumas dessas jogatinas estão gravadas nessa compilação. Mesmo depois do lançamento de seus sucessores com quantias exorbitantes de conteúdo, o simplório jogo original de 1999 ainda consegue divertir.


Mas o seu sucessor, Super Smash Bros. Melee, certamente é um dos jogos que mais me marcou. Assim como o Brawl em relação ao Wii, o Melee era um dos principais motivos para eu querer ter um GameCube. Ficava vendo imagens e vídeos na internet o dia inteiro. Um dos sites que eu mais frequentava era o Detstar (custei pra lembrar o nome), praticamente uma enciclopédia completa sobre o jogo. O domínio deixou de existir em 2008, mas felizmente o Wayback Machine está aí para ajudar e tem o site inteiro arquivado.

Que nostalgia rever esse site depois de tantos anos...

Meu pai comprava as revistas da Nintendo World para mim todo mês, então eu sempre lia sobre o GameCube e suas novidades. Finalmente, em 2005, o grande dia chegou – meu pai compraria o console. Ligamos em uma loja da Santa Ifigênia chamada Eletromil, a qual estava em propagandas das revistas supracitadas, e reservamos um GameCube azul. Chegando lá, o vendedor mostrou o console que havíamos encomendado, mas uma certa caixa na prateleira me chamou a atenção...


Perguntei se aquele GameCube prata da caixa estava à venda. O vendedor respondeu que sim. Perguntei se ele vinha com o Smash que aparecia na capa. Ele respondeu que não. Pedi para ver o console. Ao abrir a caixa, a surpresa do vendedor foi maior que a minha – em toda a sua glória, o Super Smash Bros. Melee estava junto do console. Não lembro se eu ou meu pai perguntou se o jogo encareceria o preço, mas surpreendentemente o vendedor foi honesto e disse que não. E assim eu fui para casa com uma felicidade desmedida. Lembro até de dizer que não precisaria mais do PC, porque ficaria só no GameCube o dia todo. Ah, a ingenuidade de uma criança...

O meu GameCube. Foto provavelmente tirada em 2008, pois alguns desses jogos eu vendi em 2010 (e me arrependi depois).

Mas rapaz, eu tirei o máximo de proveito possível desse jogo. Chupei até o bagaço da laranja. 289 horas. Esse é o tanto de tempo que joguei Super Smash Bros. Melee, seja com amigos ou sozinho. Joguei sua variedade enorme de modos mais de 50 vezes – chutando baixo ainda – com cada personagem, especialmente para bater meus records. Uma das coisas que eu mais amava fazer antigamente era participar do site Cyberscore, onde coloquei mais de 700 records, dos quais 140 são do Melee. Eu até mesmo inventava meus próprios modos por meio de partidas com regras específicas no modo VS. O céu era o limite para a minha diversão nesse jogo.


                        
                                 Um vídeo direto de 2008 de um ótimo record que fiz.

Eu mencionei o prédio onde morava na época do GameCube em meu texto sobre Animal Crossing, e o Melee era uma das maiores sensações entre meus amigos. A lancherinha prateada era levada pra lá e pra cá constantemente em festas, apartamento dos amigos, ao proibido andar 14... Mesmo apenas com os únicos dois controles que eu tinha, todos se divertiam e esperavam ansiosamente a vez de jogarem.

Diferente do destino infeliz que o meu save do Animal Crossing teve, o save original do Melee de mais de uma década ainda reside em meu memory card. Toda a minha história com esse jogo está ali, desde as estatísticas de quantas partidas foram jogadas, quantos KOs fiz com cada personagem, até os inúmeros records que eu investia incontáveis horas em seus diversos modos para conseguir resultados satisfatórios.

Algumas estatísticas de todas as minhas jogatinas do Melee, como KOs, partidas e tempo de jogo com os personagens que eu mais usava, apesar de eu sinceramente não lembrar de usar o Kirby tanto assim. Talvez meus amigos? Não sei dizer...

Até mesmo depois de me mudar do prédio onde moravam meus amigos da época descrita e mesmo com o Wii e o Brawl em mãos, eu não parei de jogar o Melee. Entre 2009 e 2012, continuei a fazer records, dos quais alguns levavam horas e horas, mas pelo menos rendiam boas colocações no Cyberscore. Às vezes me dava vontade de jogar algumas partidas de 99 vidas contra CPUs na Poké-Floats – minha fase favorita – só para passar o tempo depois de chegar da escola. Meu canal do YouTube está cheio de vídeos espalhados do jogo gravados nessa época.

Final de uma partida de 99 vidas que joguei em 2011, trecho desse vídeo aqui.

Como já iniciei o texto com o Brawl, o jogo que veio em seguida foi o Super Smash Bros. for Wii U. Também saiu uma versão para o 3DS, mas eu não tinha o portátil, então só joguei no de um amigo algumas vezes. Se comparado com os jogos anteriores, são pouquíssimas as memórias que tenho com esse Smash. Não cheguei nem perto de jogá-lo tanto quanto os outros. Claro, me diverti, afinal, ainda é um jogo dessa franquia incrível, mas não foi marcante o suficiente.

O que mais marcou em relação a este foram os anúncios de personagens antes de seu lançamento. A expectativa de ver quem entraria no jogo era enorme, fomentava discussões infinitas na internet, especialmente quando surgiam os famosos leaks – informações supostamente vazadas sobre novos personagens. Cada anúncio vinha com um trailer lindamente animado, os quais eu até reassisto de tempos em tempos.

E a história se repete, pois isso que falei acima também vale para o novo jogo que sairá esse ano.

Agora, 10 anos depois do lançamento do Brawl, o quinto jogo da franquia será lançado em dezembro, Super Smash Bros. Ultimate. Eu não me empolguei tanto com o jogo de Wii U que saiu em 2014, mas meu hype em relação ao Ultimate está quase no nível do que senti pelo Brawl. Estou contando os dias para o seu lançamento, sedento por novas informações do jogo, assistindo vídeos e vídeos todo santo dia. Nunca ansiei tanto por um Nintendo Direct quanto agora.

Acho improvável que eu crie memórias tão fortes com este jogo quanto as que tenho do Brawl e do Melee devido às circunstâncias atuais da vida, afinal, aquela magia da infância é irreplicável. Mas isso não quer dizer que eu deixarei de tentar. O primeiro passo já foi tomado: comprei passagens para o Rio Grande do Sul para estrear o jogo em seu dia de lançamento com o meu melhor amigo.

Super Smash Bros. é uma franquia que celebra toda a história da Nintendo, mas sua importância em minha vida é tamanha que também a considero parte da minha história. Cada jogo me traz lembranças vivas de diversas épocas da minha existência, então farei o máximo para transformar o Ultimate em mais um destes tesouros que confinam preciosas memórias.


-por Vinicius "vini64" Pires
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