sábado, 24 de dezembro de 2016

Romeo's Blue Skies



Em outubro, decidi assistir a uma série dos anos 90 do World Masterpiece Theater para tirar a prova viva de que as produções eram fracas se comparadas às dos anos 70. O que ficou comprovado, no entanto, é que essa afirmação era na verdade uma baita mentira, pois Little Women II acabou se tornando uma de minhas animações favoritas do bloco (leia meu review). Com isso em vista, parti para mais uma da década de 90 que veio dois anos depois dessa para conferir se a qualidade se manteve.

Romeo’s Blue Skies (jp: Romeo no Aoi Sora), de 1995, é uma adaptação do romance suíço Die schwarzen Brüder (The Black Brothers). A animação nos mostra a história de um garoto que deve sobreviver em condições precárias como limpador de chaminés em Milão, Itália após ser vendido para ajudar sua família. Infelizmente, a popularidade do World Masterpiece Theater já estava em declínio ao lançamento dessa produção, o que fez com que ela contasse com apenas 33 episódios, algo que prejudicou o desenvolvimento da história.



domingo, 13 de novembro de 2016

Little Women II: Jo's Boys


E meu reviews sobre as animações do World Masterpiece Theater continuam! Dessa vez quis tirar a prova viva em relação às séries de 1990 do bloco, as quais li que eram consideradas muito inferiores às dos anos 70. A minha escolha talvez tenha sido um tanto incomum, já que decidi assistir a uma produção que é uma sequência de outra dos anos 80, mas procurei me certificar de que não precisava assistir à anterior para não ficar perdido. Para ser bem sincero, essa não é a primeira vez que assisto sequências antes do produto original. Fiz isso com os filmes de Rocky, Rambo e Star Trek – comecei ambas as franquias assistindo aos filmes de número 4. Agora, chega de curiosidades inúteis e vamos ao artigo.

Little Women II: Jo’s Boys (jp: Wakakusa Monogatari: Nan to Jo-sensei) é a série de 1993 do World Masterpiece Theater , baseada no romance Little Men da escritora estadunidense Louisa May Alcott. A animação se passa em uma pequena vila rural dos Estados Unidos onde está situada a escola Plumfield. É neste local que acompanhamos a vida dos diversos alunos que lá estudam, onde os vemos estudando, brincando, encrencando, amando, sonhando e crescendo.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Angel's Egg

Quando descobri os filmes do Studio Ghibli, percebi que nem todos os animes eram lixo como eu pensava, já que achava que todos eram só porradaria, putaria, romances sem alma e outros artifícios clichês e desinteressantes para mim. Então comecei a pesquisar mais animações japonesas e passei por obras de diretores famosos como Satoshi Kon, Maroto Shinkai e Mamoru Hosoda (o qual já escrevi a respeito de uma obra sua aqui).

Mas tem um nome em particular que sempre encontrava em listas de grandes diretores de anime do qual nunca havia assistido um filme seu: Mamoru Oshii. Seu trabalho mais conhecido é, sem sombra de dúvidas, Ghost in the Shell, uma obra cyberpunk dita ser uma das maiores inspirações para o clássico sci-fi dos anos 90 The Matrix e que consta em quase todas as listas dos melhores filmes de anime de todos os tempos. Contudo, essa não foi a primeira obra que decidi assistir do diretor e devo dizer que este não teve muita influência em minha escolha.



Angel's Egg (jap: Tenshi no Tamago / br: O Ovo do Anjo) é uma animação de 1985 feita em parceria entre Mamoru Oshii, diretor, e Yoshitaka Amano, character designer e diretor de arte. Este segundo sujeito foi quem me atraiu à essa obra. Eu conhecia o trabalho de Amano através de suas ilustrações fantasiosas e surrealistas para a série de video-games Final Fantasy. Apesar de ter estranhado muito seus desenhos no início, logo passei a apreciá-los por seu estilo inconvencional e místico. Saber que existia uma animação com seu trabalho de arte foi o que me fez assistir Angel’s Egg, por mais que os desenhos desta produção não sejam tão abstratos como a maior parte das obras do artista.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

My Annette (Watashi no Annette)



Depois da experiência negativa que tive com Pollyanna (leia meu artigo), parece que tudo que eu precisava era de um pouco do ar fresco dos Alpes Suíços. É lá onde se passa a animação deste artigo que vos trago: My Annette (Watashi no Annette). Baseada no livro Treasures of the Snow da autora britânica Patricia St. John, a série de 1983 do World Masterpiece Theater nos leva para a pequena vila suíça de Rossinière em 1900, onde conhecemos a história de duas crianças e sua relação de amizade conturbada, porém bela.


domingo, 4 de setembro de 2016

Pollyanna

Em 2014, decidi assistir, por indicação, a um filme do diretor de animação japonês Hayao Miyazaki. Fiquei fascinado. Tive que assistir à filmografia completa dele. Quando terminei, vi que haviam mais filmes do estúdio em que trabalhava e fiquei me perguntando “será que esses outros são tão bons como os dele e com o mesmo estilo de arte”?

Ano passado, foi a vez de eu assistir as séries dirigidas pelo Isao Takahata, também do Studio Ghibli, sobre as quais escrevi aqui para o Goomba (Heidi, Marco e Anne). Vi que elas faziam parte de uma coleção de séries chamada World Masterpiece Theater, composta por adaptações em animação de livros europeus e americanos que eram exibidas no Japão a cada ano a partir de 1974. Ao ver que existiam outras séries sem o envolvimento do Takahata, me veio à cabeça um pensamento igual ao do parágrafo anterior: “não sei se essas séries vão ser tão boas quanto as dele, não sei se tô afim de assistir...”.

Basicamente, o trabalho desses dois diretores é tão espetacular que eu apliquei a eles algo que apelidei de complexo de superioridade em terceira pessoa, em que desdenhava da qualidade de animações que fizessem parte de um conjunto que também contivesse trabalhos destes diretores. Logo percebi que isso era tolice minha e que devia parar de endeusá-los, por mais magnífico que fossem suas obras – eu devia dar chances para os desenhos sem o envolvimento deles.

Em relação ao Studio Ghibli, assisti a todos os filmes do estúdio e pude confirmar que alguns eram tão bons quanto os do Miyazaki e outros não. Um destes se tornou minha obra visual favorita de todos os tempos, apesar de contar com o roteiro de Hayao. Quanto ao World Masterpiece Theater, comecei a missão de assistir todas suas séries mês passado e comecei por esta deste artigo que vos escrevo.




The Story of Pollyanna, Girl of Love (conhecida mais simplesmente como Pollyanna) é a série de 1986 do World Masterpiece Theater, uma adaptação dos livros americanos Pollyanna e Pollyanna Grows Up da escritora Eleanor H. Porter. Durante o curso de seus 51 episódios, acompanhamos a vida de Pollyanna Whittier, uma garotinha órfã com uma visão super otimista do mundo que tenta compartilhar esse seu modo de enxergar as coisas com todos que passam por seu caminho.


domingo, 5 de junho de 2016

Anne of Green Gables


O diretor Isao Takahata dirigiu três séries para o World Masterpiece Theater, o grande marco da animação japonesa em que um livro da literatura ocidental era adaptado em formato de animação (séries, geralmente com um número de episódios por volta de 50) a cada ano. Duas dessas eu assisti ano passado e escrevi artigos para o blog, sendo elas Heidi e Marco. Depois de um ano, finalmente consegui assistir a última série desse grande diretor que tanto idolatro.

Anne of Green Gables é uma produção baseada no livro homônimo de 1908 da autora Lucy Maud Montgomery, talvez o romance mais conhecido do Canadá. Nesta adaptação, temos o deleite de conhecer a história de Anne Shirley, uma garotinha órfã ruiva que é adotada por um casal de idosos (irmão e irmã) para viver em uma vilazinha rural do Canadá. A série consiste em 50 episódios que vão mostrando o crescimento dessa menina desde os seus 11 anos até os 16.

domingo, 22 de maio de 2016

A Garota Que Saltava No Tempo



Olá, pessoas, como vão? Aqui está bem frio hoje, e é por este motivo que decidi pegar minha coberta e escrever este artigo sobre um diretor de animações que considero quase no mesmo nível que Hayao Miyazaki e Isao Takahata do Studio Ghibli. Seu nome é Mamoru Hosoda. Como o nome já indica, ele é japonês (ah vá) e já trabalhou como animador em séries famosas como Dragon Ball, Digimon e One Piece, tanto que seus primeiros trabalhos diretoriais foram longas-metragens dessas séries. Hosoda tinha até sido escolhido para dirigir a famosa produção O Castelo Animado do Studio Ghibli, mas fontes indicam que falhou em criar um conceito digno aos padrões de estúdio. É gente, trabalhar no estúdio do Miyazaki não é moleza não.

Contudo, essa possível frustração em sua carreira possibilitou a execução de seu primeiro trabalho como diretor de verdade, ao poder exercer maior liberdade criativa, em um filme chamado A Garota Que Saltava No Tempo. Lançada em 2006 pela Madhouse (estúdio que produz BILHÕES de animes), a produção é uma adaptação/sequência espiritual de um romance japonês do mesmo nome, o qual conta a história de uma garota com a habilidade de dar saltos temporais que a permitem viajar no tempo.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Anomalisa


E a temporada de filmes indicados ao Oscar começou! Nós aqui do Goomba Reviews tentaremos assistir o máximo possível de filmes "pré-oscarizados" para discutir com vocês nossas impressões sobre estas obras. E lá vamos nós então!

Anomalisa é um filme de animação realizado em stop-motion, aquela técnica de posar e fotografar, extremamente cansativa e demorada, mas que deixa sempre um resultado lindo visualmente. Mas acreditem, é um saco de fazer! Enfim, voltando...
Charlie Kaufman, conhecido por sucessos nas crítica como “O brilho eterno de uma mente sem lembranças” e “Pequena Miss Sunshine” é quem assina a direção e o roteiro, ao lado de Duke Johnson (mestre em stop-motion).

domingo, 10 de janeiro de 2016

Blackstar

Essa análise foi escrita um dia antes da morte de David Bowie. O álbum agora adquiriu outro significado para mim, pois vejo que foi sua mensagem de despedida para nós, um relato de seus últimos dias e do ícone que se tornou.

Mas não irei modificá-la.

Bowie deixou seu último presente para nós e foi para outro lugar. Seu legado continuará eterno neste mundo.

Obrigado por tudo.

"He trod on sacred ground, he cried loud into the crowd"



1947 - 2016

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Bom, foi em 2011 que escrevi minha última análise sobre um álbum. É, eu tinha 15 anos. Agora, em 2016, com o novo lançamento de um dos artistas de rock mais influentes de todos os tempos, é hora quebrar o hiato de cinco anos.



O camaleão do rock está de volta! Tendo pegado todo mundo de surpresa em 2013 com um novo álbum após estar inativo por 11 anos, David Bowie lançou seu vigésimo-quinto álbum ontem – dia 8 de janeiro de 2016, mesma data que completou 69 anos. E olha, ele não poderia comemorar seu aniversário de maneira melhor! Blackstar é um dos álbuns mais ambiciosos do artista, com canções muito além do pop e rock que permearam sua carreira nos anos 80 e 2000 e que quase se igualam aos seus maiores sucessos da década de 70 em questão de experimentalismo.

Mas devo dizer que o que mais me intrigou nesta obra foi uma certa estrutura que enxerguei nela. A meu ver, todas as músicas se conectam, se comunicam entre si, formam uma história que vai progredindo de canção a canção. Porém, isso acontece de forma inversa, ou seja, a história começa na última faixa e termina na primeira. Talvez seja só loucura da minha cabeça, talvez não seja, pois vendo todo o simbolismo e a ambiguidade presente nos clipes das duas faixas principais do álbum, é bem possível que tenha algo por trás.

Portanto, farei uma análise diferente dessa vez – escreverei sobre cada música do álbum, mas começando pela última e terminando na primeira. Assim consigo explicar melhor a história que percebi na obra.