sábado, 16 de junho de 2018

Amagi Brilliant Park


Por mais que grande parte dos animes da Kyoto Animation sejam do gênero slice of life, o estúdio trata de diversos temas distintos em seus trabalhos. Síndrome da 8ª série, a vida em um clube colegial de banda, como o bullying pode destruir vidas, a obsessão de garotas pela cultura otaku e a convivência com dragões disfarçados de humanos, só para citar alguns exemplos.

Mas o tema mais inusitado de qualquer um deles é o de gerenciamento de um parque de diversões. É disso que Amagi Brilliant Park se trata, produção de 2014 do estúdio. Esse é um de seus animes mais diferenciados, pois deixa de lado o estilo slice of life e opta por uma narrativa fantasiosa com elementos de aventura, mesclados com comédia e *ahem* fanservice. Mas será que esse parque conseguiu me divertir ou foi como uma fila gigante do Hopi Hari?




PERSONAGENS

O protagonista é o Kanie Seiya, um rapaz esnobe e narcisista. Ele é extremamente orgulhoso de si mesmo e de seus feitos, apesar de não fazer nada de relevante na vida fora não faltar nenhum dia na escola (isso é importante para a sua imagem, gente!).


Sua vida muda quando conhece Sento Izusu, uma garota agressiva que se expressa com monotonia. O primeiro contato dos dois foi com ela apontando uma espingarda ao rosto do garoto e o "convidando" para um encontro, apesar do fato de que um "não" resultaria no rosto do Kanie cheio de chumbo.


Mas a verdade é que a Sento não o convidou para fins amorosos. Ela faz parte da equipe de um parque de diversões chamado Amagi Brilliant Park, o qual está a beira da falência. Ao descobrir que o Kanie é um prodígio, Sento o sonda para que se torne o gerente e traga mais visitantes ao local que está quase deserto.


Contudo, há um grande motivo por trás desse pedido da garota. O Amaburi (abreviação do nome do parque) foi criado por seres de um outro mundo chamado Maple Land como uma forma de se conseguir energia para sua sobrevivência. Essa energia, conhecida como Animus, é adquirida por meio da felicidade das pessoas.

Todos os funcionários do parque são habitantes de Maple Land e a diversidade de aparência deles é absurda. Vai desde figuras humanoides normais, até bichos de pelúcia gigantes, animais antropomórficos, dragões, ferramentas ambulantes e pedaços de carne falantes.


Como todo bom parque de diversões, o Amaburi têm seus mascotes. O principal deles é o Moffle. Eu tentei pensar em alguma forma de descrever sua aparência, mas não consigo, fora o fato de parecer uma fantasia de um animal qualquer. O chamam de rato, mas pra mim ele não tem nada a ver com um. Enfim, esse bicho é agressivo ao extremo e não leva desaforo pra casa, descendo a porrada em qualquer um que olhar feio para ele. Apesar disso, como a figura principal do parque, ele sabe quando ser sensato.


Outro mascote é o Macaron, um bicho que se parece uma ovelha. Ele é dono da área musical do parque, mas o que mais gosta de fazer é se embebedar e falar besteira o dia todo. Junto dele sempre está o Tiramie, outro bicho que não sei descrever a aparência, mais safado que um cachorro no cio. Esses três formam um trio que o Kanie apelidou de Os Três Patetas, pois são quase inúteis e só criam problemas atrás de problemas.

Mas esse trio nunca falhava em me fazer rir.

Uma das principais atrações do parque é o Elementario, um teatro palco de uma peça com fadas que representam os quatro elementos. A alegre Muse, líder do grupo, representa a água; a taciturna Koboli tem como elemento a terra; a apática Salama, que posta tudo o que acontece em sua vida no Twitter, representa o fogo; e a Sylphy, a moça mais pirada e maluca que existe, completa o quarteto representando o vento.

Koboli, Muse, Salama e Sylphy.

A princesa de Maple Land também reside no Amaburi, conhecida como Latifa. Ela é uma garota doce e amável que tenta fazer de tudo para garantir a melhor qualidade de vida aos funcionários do parque. Contudo, seu corpo frágil e saúde comprometida por razões desconhecidas impedem que seja tão prestativa quanto deseja. Ainda assim, ela é demasiadamente respeitada e querida por todos do parque.

Ela parece apenas uma menininha fofa comum, mas muito mistério ronda a sua volta...

O futuro de todas essas figuras está nas mãos do Kanie, que é dado um prazo de poucos meses para conseguir 500 mil visitantes ao parque, caso contrário será fechado para sempre pelos donos do terreno. Ao longo desses meses, o garoto inicia sua saga de organizar a bagunça que é o Amaburi para fazer dele o melhor ambiente familiar do Japão.


Uma curiosidade interessante sobre os personagens principais é que seus nomes referenciam artistas famosos, como Kanye West, 50 Cent e Queen Latifah. Não faço ideia do porquê de terem escolhido celebridades negras para dar nome a personagens brancos, mas ok.

HUMOR

Acima de tudo, Amagi Brilliant Park é um anime de comédia. Apesar de não estar ao nível de outros trabalhos do estúdio no quesito diversão, como Lucky Star (meu review), Nichijou (meu review) e Miss Kobayashi’s Maid Dragon (meu review), a série conseguiu me manter com um sorriso no rosto em diversos momentos e até mesmo arrancar algumas gargalhadas, algo difícil de acontecer comigo em comédias.

O elenco de personagens pode não ser um dos mais memoráveis, mas eles sabem como te divertir. Grande parte deles são únicos, tanto em suas personalidades quanto aparências. Temos um globo terrestre que prega mensagens anti-poluição, um tubarão que fala arrastado, uma chave inglesa com sotaque do interior, um enorme dragão extremamente tímido, um golfinho samurai, uma leão-marinho pirata, uma doninha otaku, luchadores recepcionistas... É uma variedade sem fim. Além disso, cada episódio explora novos lugares do parque, o que proporciona situações inéditas e uma vibe de aventura ao anime.


A interação entre os personagens é um dos pontos fortes de sua comédia. Qualquer cena que envolva qualquer um dos mascotes principais são garantia de risadas. Os três juntos então são um prato cheio. Dos personagens humanos principais, apenas a Latifa não se destaca muito nesse quesito, mas o Kanie com seu ego inflado e a Sento com suas armas e personalidade monótona agregam à comédia da obra.



Entre as fadas do Elementario, a Muse e a Koboli são meio sem graça, apesar de fofas, mas a Salama e a Sylphy são comédia. A fada do fogo não larga seu celular um segundo sequer e não para de reclamar, até mesmo nas situações mais inusitadas. Vê-la dizendo aos seus seguidores "pânico no trabalho LMAO" é de se arrancar algumas risadas.


Já a Sylphy é uma caixinha de surpresas, pois é impossível prever a próxima ação dessa fada maluca. Ela parece estar sempre isolada em seu mundinho pessoal fantástico, já que adora dizer coisas desconexas e brincar consigo mesma. As vezes lhe dá uns surtos de seriedade, mas esses são tão aleatórios quanto qualquer outra de suas ações.


O anime tem algumas piadas recorrentes, as famosas running gags, como o filho de olhos esbugalhados acompanhado da mãe que sempre aponta para algo bizarro no Amaburi e é repreendido por ela, e as crianças capetosas (sim, eu inventei essa palavra, pois é a melhor para descrevê-las) que não se seguram quando vêem a Sento e a vulnerabilizam no chão. As cenas com essas crianças são as mais divertidas, porque exploram situações diferentes em cada episódio, então não fica repetitivo.

Vai dizer se tem palavra melhor do que "capetosas" para descrever esses rostos?

O ápice do humor de Amagi Brilliant Park é, ironicamente, após o término da história, em um episódio extra. Dos animes de comédia que assisti, esse é o episódio mais engraçado que já vi na vida. Nele, o Tricen deve fazer um vídeo promocional sobre o Amaburi e pede opiniões a diversos funcionários do parque. Além de explorar as personalidades de quase todos os personagens, cada pessoa com quem ele conversa faz com que o seu vídeo saia cada vez mais dos trilhos.

"Eu... não tenho certeza do que dizer".

Esse episódio nos presenteia com o maior arranjo de aleatoriedades que você pode imaginar, mais ainda que Nichijou, acredite. Temos os três mascotes na Guerra do Vietnam, mensagens ambientais, homens senis fazendo musculação, takes eróticos de mulheres, um dragão participando de uma cerimônia tradicional japonesa, uma moça passando roupa no ar enquanto pula de paraquedas, um totem a deriva no espaço, um golfinho cometendo seppuku... Enfim, uma mistura de tudo de mais absurdo que venha a mente. O fato de que isso está sendo feito com a finalidade de ser um vídeo promocional real torna tudo ainda mais cômico.

Isso deveria se tornar um esporte oficializado pelo comitê olímpico.

Mas devo dizer, por mais que eu saiba de todos os problemas que ocorrem por trás dos holofotes, o Amaburi seria o melhor parque de diversões se existisse na vida real, pois esse lugar é IMENSO e cheio de variedade. Eu adoraria adentrar a caverna do dragão, participar do teatro aquático e provar aquele croquete delicioso da Latifa. Sabe, minha última experiência com um parque desses não foi das melhores.

No Hopi Hari, em São Paulo, você passa mais tempo na fila se queimando no sol escaldante do que se divertindo, e quando você entra em um brinquedo – que são todos meia boca – a brincadeira é tão rápida que você mal se diverte. E aí mais uma hora de fila. Talvez exista um Amaburi da vida real no Beto Carreiro World ou na Disneylandia, mas por enquanto meu padrão de parque de diversão é o mequetrefe Hopi Hari, que de diversão tem pouco.

Um joinha inverso ao Hopi Hari.

ARTE

Bom, esse é um anime da KyoAni, então é evidente que o trabalho artístico é ótimo. Contudo, em relação aos padrões do estúdio, ele não se destaca tanto. É um trabalho sólido em que não consigo apontar erros, mas também não tenho o que dissertar extensivamente a respeito. A direção é ótima, com enquadramentos que me renderam mais de 200 prints (eu sempre tiro prints dos animes que assisto), a animação é fluidíssima, os personagens expressivos e os cenários bonitos. Como esse é um de seus animes mais fantasiosos, pudemos ver no estilo refinado da KyoAni alguns cenários diferentes do que estamos acostumados em suas obras, como cavernas e câmaras subterrâneas cheias de armadilhas, além de personagens não-humanos.

A linda vista da sacada do Maple Castle.

Consegue sentir o clima da noite só de olhar pra essa imagem?

Como sempre, as cenas de choro são de apertar o coração pelo trabalho de animação formidável.

Eu ria sempre que a expressão desses bichos ficava exagerada assim.

Uma cena que não estamos acostumados a ver em animes da KyoAni. E fluidez.

E então temos o fanservice, talvez o maior atrativo do anime ao público geral. Para ser sincero, eu achei que me incomodaria mais em relação a isso. Claro, tem situações que existem só pela apelação, mas no geral o fanservice se resume ao design exagerado do corpo das meninas, porque não é tão incômodo como em Maid Dragon em que eu ficava puto com o exagero em determinados momentos. Em Amagi o máximo que chega é em mostrar as garotas de biquíni, não cria situações que beiram o obsceno igual em Maid Dragon.


Mas não pensem que concordo com o fanservice do anime. Todo tipo de fanservice é ridículo e apelativo, com alguns casos sendo mais que outros. O pior caso de Amagi é quando decidem mostrar a Latifa de forma sexualizada, pois é uma garotinha frágil de 14 anos. Eu ainda pensei que tivessem tentado subverter isso em um dos episódios que a mostra de biquíni, porque logo depois da cena em questão, eles deixam no ar que ela possivelmente tenha uma doença grave. Me pareceu que a intenção da equipe do anime era fazer com que as pessoas se sentissem mal por terem imaginado "coisas" com a personagem, mas em alguns episódios posteriores eles voltam a mostrá-la de forma desnecessária, então foi só um equivoco meu. É apenas fanservice nu e cru.

Pelo menos a maior parte dos momentos da personagem são bonitos igual este plano.

MÚSICA

Se tem algo que me fisgou de imediato em Amagi Brilliant Park foi a trilha sonora. Logo de início fui recebido por uma composição suave que já fui procurar na internet assim que acabou o episódio para colocar no meu celular e ouvir na rua para me sentir o rei da zorra toda, como se fosse o Kanie.

A trilha é bastante eclética, conta com diversos estilos musicais e composições que combinam com o estilo alegre do anime. Uma das peças de maior destaque é uma emotiva tocada inteiramente no piano. Linda.

                     

Pra variar, a abertura é ótima. Representa de forma indefectível a imagem do Amaburi de "o lugar onde seus sonhos se tornarão realidade". Os primeiros 30 segundos introduzem em pouco tempo a personalidade de diversos personagens, em especial durante a sequência que divide a tela em várias para mostrar o dia-a-dia deles. Só esse trecho já faz com que você nunca pule a abertura, pois é preciso assisti-la inúmeras vezes para ver tudo o que acontece simultaneamente. Acho que só na 5ª vez eu notei que o Tiramie mostra um dildo às crianças...


Outro detalhe que aumenta a sua reassistibilidade é o fato de que novos personagens são acrescentados a abertura à medida que são introduzidos na série. Isso é notável na cena que todos estão caindo do céu, em que aparece o dragão a partir do episódio 5. Inclusive foi só a partir disso que me dei conta, porque pensei "ué, não lembrava desse dragão gigante brotando na tela"...


Essa abertura tem uma sequência de planos que eu adoro por encapsular os principais elementos que tornam as produções da KyoAni tão especiais visualmente. Primeiro vem um take de uma flor se movimentando ao vento, repleta de detalhes tanto em seu desenho quanto em sua animação, representando a sensibilidade de direção que muitos dos animes do estúdio apresentam, em especial os dirigidos pela Naoko Yamada.

Em seguida é mostrada a Latifa ao pôr-do-sol com os cabelos ao vento e pétalas caindo. Seu sorriso de ternura e um semblante que esbanja fofura representam esse design das personagens que as tornam carismáticas e agradáveis de se assistir. Por fim, um deslumbrante plano geral de uma roda-gigante ao entardecer, uma composição visual tão linda que daria um quadro de decoração, assim como uma infinidade de planos das obras da KyoAni.


A música é cativante, assim como praticamente todas as aberturas do estúdio. Tem uma vibe forte de parque de diversões, com uma melodia alto astral. Um detalhe que adoro nela são as palmas durante o refrão. Eu não sei por quê, mas acho uma delícia essas palmas. Me soa tão revigorante... Diversas vezes eu batia palma junto dos personagens ao início dos episódios. É contagiante.



Não tenho tanto o que falar sobre o encerramento, mas também conta com uma música cativante, cantada pelas quatro fadas do Elementario, com uma animação que as mostra desenhadas como se fossem um mosaico e acompanhada de um fundo caleidoscópico.



Uma curiosidade interessante: a partir dos anos 2000, todas as canções de encerramento passaram a ser lançadas em singles que contam com uma música bônus, chamada de b-side, cantada pelo mesmo artista da peça principal. Amagi Brilliant Park é um caso inédito para mim de um anime que utiliza o b-side em um de seus episódios! A música se chama Subarashiki FUN!TASY e toca no nono episódio durante a competição de karaokê das fadas do Elementario.

MONTANHA-RUSSA DE ALTOS E BAIXOS

Quando o tema principal do anime é o gerenciamento de um parque de diversões, não há muito o que se esperar de tão incomum que é a premissa, mas posso dizer que Amagi Brilliant Park me trouxe boas surpresas em relação ao seu enredo, especialmente por ser um anime de comédia.

A principal missão dos personagens é a de conseguir 500 mil visitantes ao parque para que continue aberto. O roteiro dos primeiros episódios trabalha em volta dessa narrativa para fazer com que você fique envolvido, mas depois diminui o foco dela em pról de mostrar os mais variados eventos que acontecem no parque. Contudo, chegando na reta final, o foco do roteiro volta com tudo nessa missão, de tal forma que conseguiu me deixar envolvido e curioso para ver qual seria o desfecho.


Isso se deve às diversas revelações que são feitas nos episódios finais, todas relacionadas à Latifa. No décimo episódio, é mostrado que a personagem foi amaldiçoada por um mago em Maple Land que fez com que ela ficasse dependente de Animus (alegria humana) para viver, o que levou à criação do parque. Se ele fechar, ela morre. Isso já seria um plot twist suficiente, mas ainda tem mais – essa maldição impede a Latifa de envelhecer e faz com que perca as memórias a cada ano.


Se você não se importa com a personagem, esses episódios finais não serão de nenhum impacto, mas eu sentia uma simpatia por ela. Nada grande, mas o suficiente para me deixar preocupado com o desfecho da situação. Eu fiquei imerso na tensão do episódio em que o Kanie sedia uma partida de futebol no parque como a cartada final para atingir o número de pessoas necessárias. Quando os 500 mil visitantes são alcançados no último segundo, eu fiquei feliz de verdade, especialmente com o detalhe de os três visitantes finais terem sido as crianças capetosas. Eu ri.


O momento em que a Latifa está prestes a perder a memória me deixou legitimamente emocionado. Foi realmente triste, porque ela havia acabado de vivenciar algo inédito em sua vida que a trouxe uma felicidade imensurável. Mas no fim foi justamente isso que a salvou e achei uma resolução plausível. Se foi clichê ou não, não importa – foi gratificante e lindo. O choro dela quando estava prestes ao ponto de esquecer tudo me pegou desprevenido, e o Kanie falando "Tudo que posso fazer no momento é isso" ao dar um abraço repentino nela talvez seja o melhor diálogo da série.


Embora não seja um protagonista tão memorável como outros da KyoAni, o desenvolvimento do Kanie é digno de destaque. À medida que gradativamente passa a se preocupar com o parque e a conviver com seus funcionários, sua personalidade problemática melhora aos poucos, seus surtos de narcisismo se tornam menos frequentes e se torna uma pessoa mais caridosa com os outros, apesar de não gostar de mostrar esse lado.


Uma personagem que não sinto que foi explorada devidamente é a Sento. Logo nos primeiros episódios já fica evidente que um romance entre ela e o Kanie se desenvolveria, mas essa relação entre eles é bastante rasa. Se resume à garota confusa quanto aos seus sentimentos em relação ao Kanie, ficando com ciúmes de outras garotas e se envergonhando diante dele em diversas ocasiões. Serve apenas para fragilizar uma personagem que de início parecia uma garota forte e independente. O fato dela sempre cair nas malandragens do Macaron e do Tilamie e ser o alvo das crianças capetosas também tornam dela um simples alívio cômico.


O pior de tudo é que o episódio 4 apresenta um desenvolvimento promissor da personagem ao abordar o seu passado. É mostrado o porquê dela ter essa personalidade estoica e agressiva, já que cresceu em uma família militar onde tudo o que fazia era seguir ordens, então é a única forma como sabe lidar com as situações. O diálogo que tem com o Kanie em relação a isso é uma ótima interação entre os dois, em que cada um expõe seus defeitos devido ao clima de tensão do momento. Se o anime tivesse continuado com esse tipo de desenvolvimento ao invés dos clichês que supracitei, a Sento seria uma personagem mais memorável e eu teria me importado com o relacionamento dos dois.


Diferente de vários trabalhos da KyoAni, o conteúdo de Amagi não traz reflexões ou temas que agreguem valores a quem está assistindo. Até mesmo o infame Maid Dragon, em meio à sua barricada de fanservice deplorável, aborda temas pessoais importantes que formam o coração da obra. Brilliant Park é escapismo em sua mais pura forma, apenas um anime para você rir e esquecer um pouco dos problemas da vida.

CONCLUSÃO

Amagi Brilliant Park não é nenhuma Disneylandia, mas cumpre seu papel em proporcionar diversão e escapismo ao longo de sua duração. Não traz nenhuma reflexão, mas traz personagens carismáticos que colocam um sorriso em seu rosto, embora não sejam tão memoráveis. Eu tenho essa leve impressão de que me esquecerei do anime com facilidade, mas pelo menos tá aqui o relato da minha experiência com a obra.


-por Vinicius "vini64" Pires

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