domingo, 11 de fevereiro de 2018

The Disappearance of Haruhi Suzumiya

AVISO: Essa é uma continuação da análise de The Melancholy of Haruhi Suzumiya. Se ainda não leu a primeira parte, clique aqui. E novamente, spoilers à frente.

"Parecer", "ter a impressão de algo"... Essa é uma palavra que usei constantemente na análise anterior. Será que meu desprazer estava me fazendo enxergar até os momentos relevantes com olhares tendenciosos? Será que algumas de minhas impressões estavam erradas ou precipitadas? Essas perguntas seriam respondidas poucos dias depois de terminar a segunda temporada, quando eu estava revoltado com a decepção que Haruhi veio a ser...


Em 2010 foi lançado The Disappearance of Haruhi Suzumiya, um longa-metragem de 2 horas e 41 minutos, o segundo maior filme animado da história. Coloque-se na minha situação: você vê que ainda falta assistir a um filme com quase TRÊS HORAS de duração de uma obra que quase chegou a odiar... É praticamente impossível você não ficar de saco cheio, certo?

Errado. Extraordinariamente errado. Eu tinha lido comentários que diziam que o filme era superior à série e como essa era apenas um aquecimento para o longa, mas não imaginei que fosse num nível tão assombroso. Esse filme é algo tão grandioso e fantástico que conseguiu mudar minha visão sobre a obra de Haruhi como um todo.

Mas o que o faz ser tão incrível assim? Como um simples filme conseguiu transformar a minha opinião de algo que eu havia desprezado? Primeiro que ele tá longe de ser apenas um s
imples filme, tanto que o assisti duas vezes em menos de 24h. Portanto, vamos entrar nos detalhes de por quê Disappearance é uma verdadeira obra-prima.


O FILME

Para iniciar, um pouco de lógica. "Se você amou esse filme, é porque ele é diferente da série, né?" Exato. Completamente diferente. O filme começa como um episódio normal do anime – eu até fiquei "ughhhh, lá vamos nós de novo" –, até que, depois de 15 minutos, ele faz uma curva de 180° e entra em um território inexplorado. O clima muda. O ritmo muda. O estilo muda. Tudo muda.

Mas sabe aquilo que mais muda? Os personagens. Grande parte da minha experiência negativa com a série se deu por conta deles. Então o que esse filme faz? Ele manda o Kyon para um mundo alternativo em que a SOS Brigade não existe e nenhum de seus membros o conhece. Eles aparecem como se fossem novos personagens. Com isso, não temos mais a Mikuru gemendo a cada segundo e nem a Haruhi sendo uma garota escandalosa e manipulativa. Isso torna a experiência imensuravelmente mais agradável.

Tá vendo esse sorriso? Você só vai ver isso no começo do filme e depois nunca mais.

Esse talvez seja o maior motivo deste filme ter uma história tão envolvente. Gostando ou não da SOS Brigade e de seus membros, eu estava habituado com as doideras do grupo e, de uma hora pra outra, ele simplesmente não existe mais! A Mikuru não reconhece o Kyon e a personalidade da Yuki se torna o oposto completo. Eu me peguei esperando com ansiedade pelo momento em que a Haruhi apareceria, pois queria ver o quanto ela havia mudado nessa nova linha do tempo. Por mais que pra mim o sumiço da brigada tenha sido um certo alívio, não deixa de ser uma situação intrigante.


Mas essa está longe de ser a única qualidade do roteiro. Algo que adoro em obras de time travel é quando revisitam momentos explorados anteriormente, assim como em De Volta Para o Futuro Parte II, quando o Marty volta ao mesmo passado que já havia visitado nos anos 50. São mostrados novos detalhes acerca daquele momento – basicamente uma continuação direta do momento – e vemos o personagem assistindo a ele mesmo no passado.

Essa abordagem é encontrada em Disappearance quando o Kyon é mandado de volta ao passado ao dia em que ajudou a Haruhi pequena a desenhar símbolos no chão de uma escola. Nisso, fui surpreendido novamente, pois, como falei na análise da série, achei que o episódio da 2ª temporada que mostra esse evento fosse avulso e deslocado, com o mínimo de relevância à história, mas acontece que ele é um ponto chave para os eventos desse filme.


Na realidade, o longa me fez perceber como eu estava equivocado a respeito de certos acontecimentos e detalhes do anime, especialmente em relação à Yuki e à Haruhi, sobre as quais falarei em detalhes ao longo do texto. Parece que a série foi feita já com o filme em mente, como se só existisse para te preparar para ele. A abertura da 1ª temporada fundamenta minha teoria, mostrando brevemente eventos do filme, sendo que foi lançada 4 anos antes. A personagem da Mikuru, aparentemente inútil durante toda a série, mostra a sua importância na história da obra inteira (série + filme) – entendemos o motivo dela ser uma viajante do tempo.


Quando houve aquela reviravolta no anime da Asakura ter tentado matar o Kyon, eu não fiquei impressionado, mas se não fosse esse evento, a volta dela nesse filme não teria impacto algum. No momento em que ela surge na sala de aula, a reação de choque do Kyon foi a mesma que a minha, até estremeci. Apesar da personagem também estar com outra personalidade, há uma certa tensão em toda cena que ela está presente, uma incerteza no ar. Cada sorriso e diálogo ambíguo dela me deixava apreensivo, reforçados por um trabalho formidável de composição de cena que aumenta a aura enigmática de sua figura – inclusive, a direção desse filme é fenomenal, mas daqui a pouco eu abordo isso, uma coisa de cada vez.

Plano centralizado nela, com cores frias e iluminação suave. A porta do elevador lentamente se fecha e esconde a sua figura, enquanto ela sorri e acena. Cut to black.

Contudo, apesar de todos os personagens fora o Kyon estarem diferentes, uma se torna literalmente outra pessoa nesse filme: Yuki Nagato. Ah rapaz, me dá até calafrios começar a descrever a participação dela nisso. Enquanto na série ela era praticamente um robô inexpressivo, na realidade alternativa apresentada em Disappearance temos uma garota tímida e envergonhada cuja tamanha expressividade transmite toda a sua fragilidade.


Na série eu era indiferente quanto à personagem, mas no filme ela ganhou meu coração de um jeito que chega a ser difícil de descrever. Vê-la demonstrar sentimentos e emoções depois de duas temporadas a enxergando como uma parede sem vida é algo que eu não estava preparado, foi um impacto tremendo. A maneira como ela transmite suas intenções quase que sem o uso de diálogos, apenas por meio de expressões faciais e ações acanhadas, é sublime.

O único momento em que ela sorri. Uma expressão tão acolhedora que se fixa em sua mente para sempre.

Acontece que a Yuki é a grande estrela do filme, pois toda essa situação da realidade alternativa acontece por conta dela (eu avisei que teriam spoilers :v). Durante a série, em alguns momentos esparsos, ela mostrava leves esboços de emoção, como quando pareceu se divertir reprogramando o jogo em Day of Sagittarius e quando demonstrou interesse por fogos de artifício e máscaras em Endless Eight, além do impacto de ter vivenciado 15 mil vezes as mesmas duas semanas. Esses e outros eventos ocasionaram erros em sua interface. Mas o que são exatamente esses erros? Deixa que o nosso amigo Kyon te explica:

- O que é esse incompreensível gatilho que causou o comportamento anormal da Nagato? O que foram esses erros que se acumulavam a cada vez mais em seus dados? É claramente algo completamente clichê. Você não poderia entender, mas é algo que eu entendo. Sabe, Nagato... Se chamam 'sentimentos'.

Assim como ele coloca, é "completamente clichê", mas é algo tão bem construído, de uma execução formidável, que consegue ser legitimamente emocionante. A Yuki mudou a realidade para que pudesse sentir emoções de verdade, para que pudesse ter esses tais sentimentos que ela tanto observava, mas que nunca conseguia compreender. Ao fim do filme, mesmo de volta à realidade em que é uma interface humanoide, você enxerga a personagem como uma pessoa de verdade, digna de empatia.


Como falei acima, essa situação da Yuki me fez enxergar mais qualidades na série. Mas ainda assim, não a considero uma obra coesa, pois está cheia de problemas. No entanto, isso me parece intencional, premeditado. Acho que a minha frustração com a série foi o fator principal de eu ter ficado boquiaberto com Disappearance, pois estava com expectativas baixas, esperando algo no estilo do que me foi apresentado ao longo dos episódios, mas o que o filme entrega vai milhas e milhas além disso.

Creio que essas pontas soltas para incomodar o telespectador foram deixadas de propósito. Isso é mais reforçado ainda com o arco Endless Eight. Parece que o fizeram pensando "Me odeiem! Me odeiem!", a fim de que, quando lançassem o filme, todos ficassem embasbacados com tamanha qualidade. Deu certo, afinal, eu não sou o único que quase detestou a série e considera The Disappearance of Haruhi Suzumiya uma obra-prima.

ARTE E ÁUDIO

Não bastasse o roteiro incrível, a produção também é beneficiada por um trabalho artístico formidável. O pulo de qualidade em relação ao visual e à direção da série é enorme. Diferente da série que faz uso de cores vibrantes à maior parte do tempo, o filme inteiro tem um tom acinzentado, com cores mais frias. Isso cria uma atmosfera de desolação que condiz com o estado mental do Kyon diante do que está vivendo e com a época em que se passa a obra: o inverno.


Disappearance é um filme com um ritmo lento, chegando a ser contemplativo às vezes, mas tudo para te deixar imerso na pele do Kyon durante essa situação desconfortável que está vivendo. São diversos os planos dele vagando sem rumo e pensando, todas as cenas de interação com a Yuki são repletas de silêncio e diálogos espaçados e, mesmo depois da metade quando o personagem começa a progredir em sua missão, a obra nunca assume um ritmo acelerado, a fim de que você absorva cada momento como se fosse o Kyon.


A direção explora diversos enquadramentos em movimentos triviais sutis, além de planos longos que poderiam ser menores se estes fossem excluídos, como a Yuki abaixando para pegar o cachecol dela e o pendurando, ou o Kyon levantando da cadeira e girando em volta da mesa para no fim se sentar novamente, mas estes tornam os momentos mais realistas e humanos e, no caso do último exemplo, nos faz sentir a inquietação dele com a situação.

Esse filme tem tantas cenas marcantes e impactantes que eu tenho vontade de escrever textos individuais analisando em detalhes cada uma dessas e todos os aspectos que as tornam magníficas, em especial a direção e a animação. Certamente farei isso futuramente, aí atualizarei esse review com os links para complementar a leitura.

Esse momento, quando o Kyon encontra a Yuki alternativa, me fez até lacrimejar de tão intenso que é. Possivelmente a melhor cena do filme inteiro, o que é dizer MUITO.

A parte sonora é de suma importância em proporcionar essa imersão com a obra. Se você leu alguma análise minha das séries do World Masterpiece Theater, sabe como eu admiro o uso do silêncio em animações. Eu jamais imaginei que, neste filme de 2 horas e 41 minutos, mais da metade dele fosse em silêncio, ou seja, sem o uso de trilha sonora, apenas sons de ambientação e diálogo.

Sinceramente, isso me fascina num nível absurdo. Essa abordagem é uma das melhores maneiras de te deixar imerso em um trabalho, especialmente durante os momentos mais introspectivos. A cena do primeiro encontro entre o Kyon e a Yuki alternativa é um exemplo perfeito de um momento cujo impacto é consideravelmente aumentado pela ausência de uma música de fundo – o silêncio torna a tensão mais tangível. O mesmo pode ser dito para diversas outras cenas do filme, como quando as mensagens da Nagato real estão sendo exibidas na tela preta do monitor e tudo o que pode ser escutado é um leve chiado do computador. Me dá até calafrios. Muitos.

Acho que sentirei calafrios sempre que ler a palavra "READY" em caixa alta depois de assistir esse filme.

Mas o uso de músicas do filme também é ótimo. Diferente da série em que a trilha é composta por uma plenitude de gêneros, as composições do longa são exclusivamente músicas clássicas. Grande parte dessas são orquestras calmas e leves, mas têm algumas (poucas) pomposas e outras pesadas. Uma das composições utilizadas é do pianista francês Erik Satie, do século XIX, chamada Gymnopédies. Uma peça linda e melancólica, as cenas íntimas em que é usada adquirem uma beleza ainda maior, como durante a conversa do Kyon com a Yuki no teto do hospital ao fim do filme.

                                   

KYON, EU, VOCÊ

Ao longo da primeira seção ficou explícito como o filme me fez enxergar diversos detalhes da série que eu acabei ignorando, mas a peça fundamental dessa mudança de opinião é o Kyon. Durante as duas temporadas, ele já era o personagem que mais me agradava por ser o mais devidamente explorado, porém Disappearance me fez perceber como ele é um dos melhores protagonistas masculinos da história dos animes. Isso se deve ao fato de que ele é uma representação perfeita do espectador. Ele é quem dita a sua experiência com a obra e é com quem você se relaciona em relação ao que está assistindo.

Ele não entende bulhufas do que a Nagato e os outros falam sobre organizações espaciais, seres psíquicos etc, e nem se esforça em entender, assim como nós; a urge que sente em acabar com o loop temporal em Endless Eight é igual à nossa enquanto assistimos; e quando não aguentamos mais ver os abusos que beiram o inconcebível da Haruhi durante a produção do ""filme"", chegando a drogar uma menina sem o consentimento dela, ele vai lá e a confronta, quase chegando ao ponto de agredi-la.



Apesar do arco da produção do ""filme"" ser insuportável, essa cena e toda sua tensão é um desfecho satisfatório.

O que nos leva à reviravolta em relação à minha opinião sobre a série. Em Disappearance, o Kyon vai parar nessa linha do tempo paralela em que não existe a SOS Brigade, ou seja, tudo o que lhe incomodava se foi e agora ele pode viver uma vida normal, sem ser abusado pela Haruhi. Para mim isso foi um baita alívio, pois os maiores problemas deixaram de existir, mas para o Kyon nem tanto. Então ele me situa em sua situação com um monólogo fantástico:

- Considere o seguinte: há uma pessoa muito triste em um determinado lugar. Até que ele abre seus olhos e o mundo inteiro se transforma diante dele. Um mundo tão maravilhoso que nem se o chamasse de utopia o faria justiça. Infelicidade jamais recairá sobre essa pessoa novamente. Em uma única noite, ele foi levado do Inferno ao Paraíso. Mas isso foi feito sem o consentimento da pessoa. Ela não tinha ideia alguma de quem o levou, era um mistério completo. Ficou sem saber, para sempre, quem o fez e por quê... Então, essa situação deveria deixar a pessoa feliz ou triste?

Foi aí que percebi como eu não deveria ficar feliz com o sumiço da SOS Brigade. Antes desse monólogo, o Kyon já havia encontrado a Yuki e a Mikuru e ambas as duas estavam diferentes. Fiquei ansiando pelo momento em que ele encontraria a Haruhi para ver como ela estava e se conseguia uma pista de como sair dessa situação. Sim, eu queria que essa personagem que eu odiava aparecesse novamente. Eu deixei de enxergar o filme como uma simples produção audiovisual e passei a vê-lo como uma experiência, fiquei imerso na jornada do Kyon em fazer as coisas voltarem como eram antes.

E quando os dois se encontram... Calafrios por todo o corpo.

Quando o personagem volta ao passado para consertar as mudanças no tempo e tem aquela reflexão de que poderia ter continuado nessa realidade alternativa vivendo uma vida comum, mas que a sua vida de verdade se encontra frequentando a SOS Brigade, aquele turbilhão de emoções que se passavam dentro dele foram invocadas em mim de tão poderoso que é esse momento, graças a essa construção indefectível do personagem e a um trabalho de direção e animação de tirar o fôlego.



E esse vínculo é diferente do vínculo emocional que eu tenho com os personagens dos animes do World Masterpiece Theater, em que eu compartilho dos mesmos sentimentos que eles sentem. Com o Kyon, é como se a maneira como ele experiencia os acontecimentos fosse igual à minha, desde seu desprazer inicial pela Haruhi e pelas circunstâncias dos ocorridos na série, até seu desespero por estar em uma realidade diferente e sua derradeira realização no filme.


Talvez o grande feito desse vínculo tenha sido como o Kyon conseguiu mudar minha opinião a respeito da Haruhi. Sendo quase a protagonista, o fato de eu não gostar dela era um dos meus principais problemas com a obra. Porém, perto do fim do filme, o Kyon me fez perceber o que há por baixo dessa personalidade horrível da personagem.

Apesar de não parecer, a Haruhi tem um lado humano e isso fica explícito na cena em que é mostrada fragilizada, encolhida em um saco de dormir, dormindo ao lado da cama onde o Kyon está hospitalizado, esperando sua melhora. Ele acaricia seu rosto carinhosamente, mostrando como a Haruhi, apesar de tudo, é mais uma garota humana do que é uma divindade.

E o mais importante: esse lado humano apenas começou a surgir quando o Kyon entrou em sua vida.

Esse momento me remeteu a outras ocasiões que a personagem mostrou uma face diferente da usual, como nos episódios Live Alive, Remote Island Syndrome e Someday in the Rain, em que ela demonstra sinais de afetividade e até mesmo se preocupa com outras pessoas e tenta ajudá-las, além do desfecho do arco da produção do ""filme"", em que ela percebe as atrocidades que estava fazendo com suas amizades após o Kyon quase agredi-la. No fim, a Haruhi é apenas uma garota excêntrica com uma personalidade difícil de lidar, mas que, no fundo no fundo, tem um bom coração – ela apenas não é boa em demonstrar isso.

CONCLUSÃO

Agora você me pergunta, "você assistiria à série uma segunda vez depois do filme?". Com certeza. Agora assistirei com outros olhos. Quem sabe eu não encontre novas qualidades e ligações com o filme que passaram despercebidas... "Vale a pena passar pelo sofrimento de ver as duas temporadas só para assistir ao filme?". Imagine que estou do seu lado, inspirando ar durante alguns segundos, até que eu paro e solto um "SIM!!!!!" do fundo dos meus pulmões.

Não existe palavra melhor que obra-prima para descrever The Disappearance of Haruhi Suzumiya, uma produção que se sobressai em todos seus aspectos, desde o roteiro, a animação, a direção, a parte sonora, o desenvolvimento de personagens e que, de quebra, ainda muda a sua opinião a respeito da série que está atrelada e de todo seu universo. Se tornou meu terceiro filme animado favorito de todos os tempos, atrás apenas da barreira impenetrável formada por Sussurros do Coração (meu review) e O Serviço de Entregas da Kiki.


Ao escrever essa conclusão depois da minha experiência negativa com as duas temporadas, sinto como se a Haruhi tivesse alterado o mundo ao meu redor para mudar minha opinião. Será que o poder dela transcende o domínio da ficção e afeta a realidade? É uma possibilidade, mas só sanarei essa dúvida se aliens, seres psíquicos e viajantes do tempo aparecerem em minha vida...

-por Vinicius "vini64" Pires

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