segunda-feira, 20 de abril de 2015

Marco (Dos Apeninos aos Andes)


Quando comecei a me fascinar pelos trabalhos do Studio Ghibli, os filmes do Hayao Miyazaki foram muito mais marcantes para mim do que os de Isao Takahata – exceto Túmulo dos Vagalumes, o qual quem assistiu sabe literalmente o que é uma cachoeira de lágrimas. Apesar das animações de Miyazaki já serem muito diferentes do padrão ocidental, as de Takahata fogem mais ainda desse padrão. Praticamente todos seus trabalhos contém absolutamente nenhum conteúdo de fantasia, com uma temática completamente mundana e realista. Isso é algo inexistente em produções animadas do Ocidente e extremamente raro no Oriente nos dias de hoje. Mas a minha visão a respeito desse tipo de animação e de Takahata mudou completamente ao assistir sua primeira série, Heidi (confira meu artigo). Nunca imaginei que existisse uma animação cuja história fosse movida unicamente pelos sentimentos dos personagens, uma animação onde você cria um vínculo emocional com o personagem (que não é mais visto como um personagem e sim como uma pessoa que é parte de você) ao ponto de compartilhar cada lágrima de tristeza e felicidade com ele. Foi então que finalmente percebi a genialidade de Isao Takahata, o que me levou a assistir outra obra sua.

Marco (conhecida em inglês como 3000 Leagues in Search of Mother) é a segunda série de Takahata para o World Masterpiece Theater, um grande marco da televisão japonesa onde a cada ano era feita uma adaptação em animação de um clássico da literatura infantil ocidental. Depois do sucesso que foi Heidi em 1974, o diretor voltou com a mesma equipe de produção (Miyazaki como designer de cenários e layouts e Yoichi Kotabe como character designer e animador chave) em 1976 e adaptou uma pequena parte do romance italiano Cuore de Edmondo de Amicis, expandindo-a grandiosamente em uma narrativa de 52 episódios.

A série foi exibida no Brasil no final da década de 70, no programa Domingo no Parque do Silvio Santos na TVS, que hoje é
 a SBT. Sendo reprisada pela última vez no comecinho dos anos 80, Marco fez bastante sucesso na época e marcou a infância de muitas pessoas, como podemos ver nos comentários emocionantes desse artigo. Infelizmente, pelo fato da última reprise ter sido nos anos 80, qualquer conteúdo em português brasileiro da série é inexistente. Acredito que tanto Marco quanto Heidi nunca mais foram reprisadas pelo fato de serem completamente fora do paradigma ocidental das séries animadas, afinal acredita-se que esse tipo de entretenimento é voltado exclusivamente para crianças e estas não querem saber de emoções e sentimentos nem de uma série que retrata a realidade.


HISTÓRIA

Gênova, Itália, 1881, período de crise populacional. Nessa cidade abarrotada de gente vive Marco Rossi e sua família. O garoto sente um afeto imenso por sua mãe, Anna, nunca a abandonando onde quer que ela vá. Porém, após um dia feliz nos campos de grama, ele descobre que sua mãe terá que viajar para a Argentina a trabalho para ajudar a quitar as dívidas do hospital de seu pai, Pietro, em Gênova. Devido à crise que a cidade estava passando, era impossível dela conseguir arranjar um emprego por lá, então teve que recorrer ao que diversos italianos estavam fazendo e imigrar para outro país. Mas Marco é pequeno de mais para entender essa situação e não quer de jeito nenhum que sua mãe o abandone. No dia de despedida, Marco fica emburrado e segurando o choro, se recusando a responder sua mãe, mesmo ela tentando reanimá-lo de qualquer maneira. Anna embarca aflita no navio, preocupada com seu filho. É aí que a situação fica mais dramática – ao ver o navio partindo com sua mãe, Marco começa a correr chorando e gritando por sua mãe, caindo no chão diversas vezes e se machucando, deixando-a desesperada. Essa foi a última imagem que Anna teve de seu filho antes de partir para Buenos Aires, sem saber quando o reencontraria.

Uma despedida de partir qualquer coração.

“Na vida de uma pessoa, ela encontrará alguns momentos tristes. E todos nós temos que passar por toda essa tristeza para crescermos e nos tornarmos independentes”. Essa foi a última frase de Anna para seu filho, algo que ele guardou consigo e que lhe deu inspiração para embarcar em uma jornada guiada apenas pelo seu coração – após imaginar o tanto de dificuldades que sua mãe poderia estar passando sozinha em um país desconhecido, Marco decide ir atrás dela. O garoto está disposto a viajar sozinho para outro continente (lembrando que estamos em 1881, não existia carro, avião, eletricidade, NADA!), tudo para rever a sua querida mãe e lhe trazer felicidade. Mas essa jornada só vai ser possível graças às amizades que ele vai fazendo ao longo dela. Uma jornada que não estará nem perto de ser livre de adversidades. Uma jornada que mudará a vida deste garoto para sempre.


PERSONAGENS

Antes de começar essa seção, gostaria de reiterar que os personagens de Marco são vistos muito além de meros personagens, eles são vistos como pessoas – aliás, não, vamos corrigir isso. Eles não são vistos como pessoas, eles SÃO pessoas com sentimentos que podemos nos identificar e que passam pelas dificuldades externas e internas que todos nós passamos, tudo isso graças a habilidade do Takahata e da equipe de produção de retratar o mundo da maneira que ele é e as pessoas com cada peculiaridade de suas personalidades.

Essa série contém um enorme elenco de personagens devido à jornada de Marco em busca de sua mãe, onde ele vai conhecendo diversas pessoas. Algumas o acolhem e fazem de tudo para ajudá-lo em sua jornada, outras o desprezam e o tratam com preconceito e algumas se tornam como uma família para ele. Algumas o fazem companhia por bastante tempo, enquanto outras só por um ou dois dias. Então vamos começar falando da única pessoa que aparece em todos os episódios, o próprio Marco Rossi. Antes da saída de sua mãe, ele parecia ser um garoto mimado que dependia dela para tudo, o que não é fora do comum tendo em vista que ele devia ter uns 8 ou 9 anos nessa época. Mas ao passar dos meses sem a presença de sua mãe, Marco começa a se tornar mais maduro, procurando trabalhar e conseguir dinheiro para viajar para a Argentina e encontrar sua mãe, apesar de que essa ambição de querer encontrá-la custe o que custar faz dele um pouco egoísta. Nada que uma longa jornada proporcionando uma visão de como o mundo e as pessoas realmente são não resolva.


Até gaúchos Marco encontra em sua jornada.

Em Gênova, apesar da ausência de sua mãe, Marco ainda tem a companhia de seu pai, Pietro, e de seu irmão, Tonio. Pietro é dono de um hospital que não recusa nenhum tipo de pessoa, independente de etnia ou classe social, além de não cobrar pelos serviços. Hospitais assim são de extrema raridade. Porém, manter um estabelecimento desses não é fácil, ainda mais nessa crise que a cidade está passando, o que ameaça o fechamento do local caso as dívidas não sejam quitadas. Tonio é o típico irmão mais velho que está sempre amolando o irmãozinho pequeno, mas que cuida dele acima de tudo.

Tonio, Marco e Pietro.

E claro, não podemos nos esquecer do melhor amigo do Marco, vindo direto das florestas amazônicas, Amedio! Esse macaquinho fofinho o acompanha a todos os lugares que vai e trás felicidade a todos que o veem, especialmente crianças. Ele sabe dançar, levar cartas, interagir com fantoches e não pode ver comida em sua frente que se não ele devora – sério, esse macaco consegue descascar uma laranja e come até mesmo aquelas balas duras de caramelo! Claro, tem aqueles gananciosos que veem esse macaco raro e tentam capturá-lo para vender, mas sempre quem tenta fazer isso acaba comendo poeira de primata.

Não tem criança que não se divirta com esse macaquinho.

Ainda em Gênova reside a Peppino Puppet Troupe, uma família que faz apresentações com fantoches e marionetes nas ruas da cidade. O pai da família é o Sr. Peppino, um homem com um bigode engraçado que ama muito as suas filhas mas ama dinheiro o mesmo tanto. Sua ganância muitas vezes fala mais alto, mas ele é uma boa pessoa. Duas de suas três filhas trabalham com ele nas apresentações de rua, sendo que a outra só não trabalha por ser pequena de mais. Concetta é a mais velha e é a estrela das apresentações, fazendo uma performance de dança após a de fantoches que entretém a todos. Fiolina é a filha do meio. Sua principal parte nas apresentações é colher o dinheiro do público, apesar dela saber manusear uma marionete como ninguém. Ela está sempre de cara fechada e triste pelo fato de não ter amigos, além de não acreditar no seu potencial. Mas isso muda quando o Marco entra em sua vida, só que abordarei isso mais pra frente na seção dos sentimentos, mas já adianto que essa família é o grupo de personagens que mais me apeguei em toda a série.

A família Peppino.

Depois de deixar Gênova e começar sua jornada, Marco se relaciona com diversas pessoas a cada lugar que passa. Ele conhece brasileiros, chefes de navio, donos de bar, freiras, gaúchos dos pampas, moradores de rua, ciganos, transeuntes, moradores de favela, entre muitos outros. A diversidade cultural explorada nesse anime dificilmente será encontrada em outro.

Pode ter certeza que você não verá a bandeira do Brasil em qualquer outro anime. 

CENÁRIOS

Se o trabalho de cenários em Heidi já era espetacular, mostrando com muita fidelidade toda a magnificência dos Alpes Suíços, o de Marco é de deixar qualquer um boquiaberto. A série abrange dois continentes, inúmeras cidades, extensos pampas, pradarias e um oceano. Imagina só o trabalho que deve ter dado desenhar todos esses cenários para 52 episódios. Há quem ache que essa quantidade extraordinária de localidades fará com que a pessoa desenhe algo que represente apenas levemente o local para poder terminar tudo logo, mas não é assim que a equipe de produção de Takahata trabalha, que conta com Hayao Miyazaki como criador dos layouts de cenários.

Mas claro, Miyazaki também é ajudado pelo trabalho excepcional de direção de arte da série, onde
, em certas ocasiões, a maneira como o cenário é desenhado transmite certa situação pela qual um personagem está passando. Como uma imagem vale mais do que mil palavras, confira diversos exemplos de cenários da série e seu trabalho de direção de arte:

As construções amontoadas de Gênova em época de crise populacional.

Plano que mostra em destaque as construções com varais de roupa e um hidrante enferrujado em Gênova.

A vista do mar em Gênova ao pôr-do-sol após Fiolina fazer sua primeira amizade.

O mar banhado pelo sol da tarde no Rio de Janeiro.

A iluminação presente nessa cena já mostra que não é algo bom que aconteceu nessa sala.

O navio passando por uma tempestade de noite.

Grande plano geral mostrando os pampas durante uma chuva, com os personagens sem ter para onde ir.

Iluminação escura à luz do fogo representando a vida solitária de um gaúcho.

O horizonte claro da próxima destinação.

A iluminação que a cena assume após a morte de um amigo durante a madrugada.

A viela escura em que Marco anda sem rumo.

O arco-íris de bom presságio após uma chuva no caminho à próxima destinação.

Cavalgando ao pôr-do-sol nos pampas infinitos.

Indo em direção ao destino.

Amedio brincando com pássaros ao amanhecer.

E para finalizar essa seção, um exemplo da mestria de Isao Takahata e Hayao Miyazaki em transmitir a magia do mundo real através da natureza exuberante, com uma cena de alvorada que procura mostrar com a maior serenidade – sem se preocupar em correr com a história – a beleza natural como ela realmente é e como deveria ser vista.

                         

SENTIMENTOS E EMOÇÕES

(Recomendo lerem também a seção VALOR SENTIMENTAL do meu artigo sobre Heidi, já que muita coisa ali também vale para essa seção.)
"Eu me tornei cético dessa regra não-escrita de que só porque um garoto e uma garota aparecem na mesma obra um romance deve acontecer. Ao invés disso, eu quero retratar uma relação ligeiramente diferente, uma onde os dois inspiram um ao outro a viver - se conseguir isso, talvez eu esteja mais perto de retratar a verdadeira expressão de amor".  
― Hayao Miyazaki, Starting Point (1979-1996)
É com essa citação que eu introduzo aquilo que conduz toda a narrativa em Marco – os sentimentos e as emoções. Como havia dito na seção PERSONAGENS, temos a Fiolina, uma garota triste e sem amigos. Marco a conhece no telhado de sua casa, onde está brincando com uma marionete, sem esboçar nenhum sorriso. O garoto fica impressionado com suas habilidades e a elogia, mas ela diz que não serve para nada, apenas para ser babá de sua irmãzinha. Mas Marco, assim como aconteceu comigo, começa a sentir empatia pela garota e a ajuda a aumentar sua autoestima ao longo dos dias, fazendo apresentações junto dela e a fazendo sorrir. É então que começa a primeira amizade de Fiolina.

A primeira risada de Fiolina.

Ao se reunirem em Buenos Aires, tudo que a Fiolina pensa é em Marco reencontrar sua mãe. Tudo o que ela quer é ver seu melhor amigo bem. Durante toda a viagem deles juntos, esses dois não se desgrudam por um segundo. A amizade que eles formaram é tão pura e tão real que chega a encher nossos olhos de lágrimas pelos momentos felizes que eles passam juntos. Esse vínculo entre eles é tão forte que Fiolina passa a compartilhar dos mesmos sentimentos que Marco, afinal ela se tornou muito mais confiante depois que ele entrou em sua vida, deixou de ser tímida e fica c
om um sorriso no rosto sempre que possível.

"Eu nunca me senti dessa maneira na minha vida".

Em um ponto da viagem deles, Marco fica depressivo pelo fato de não conseguir encontrar sua mãe e isso deixa Fiolina triste junto, o que faz com que ela tente animá-lo sempre que possível, além do fato dele não ter fome, o que deixa ela preocupada quanto ao seu estado de saúde e a faz levar comida para ele mesmo estando longe. Novamente, isso mostra como eles dois se tornaram como uma pessoa só. Se em Gênova Marco a inspirou a viver, agora é a hora dela retribuir o favor.


Marco e Fiolina são um exemplo primordial de uma relação onde um inspira o outro a viver, aquela que Miyazaki considera a verdadeira expressão de amor. E devo concordar com você, Miyazaki-san, cada momento de felicidade e tristeza dessa relação foi recebido com lágrimas por mim. 
Do mesmo jeito que criei um vínculo emocional extremamente forte com a Clara em Heidi, nessa série foi com a Fiolina.

Quando eles se reencontram, lágrimas de felicidade.

Quando eles se despedem, lágrimas de tristeza.

Então temos aquilo que batiza o nome da série em inglês e que qualquer ponto da narrativa se desdobra disso – a jornada de Marco à procura de sua mãe. No começo você pode estar meio cético de que vai se emocionar com um garoto indo da Itália até a Argentina para encontrar a mamãe, mas à medida que os acontecimentos vão se desdobrando, seu coração se torna outro. O tempo que passamos vendo esse garoto fazendo novas amizades e se divertindo, mas, além disso, passando pelas mais diversas dificuldades e sofrendo horrores, nos faz rezar do fundo de nossas almas para que ele consiga encontrar sua mãe, assim como todos que tiveram contato com ele e o apoiaram nessa jornada de amor e superação fazem. Nos próprios diálogos da série já são dadas possibilidades da mãe dele não estar no local apontado, alguns vindos até do próprio Marco, mas, até mesmo quando ele não está acreditando, nós cremos com veemência de que ele encontrará sua mãe em tal local pelo afeto que criamos com essa jornada. A magnitude que ela toma transcende o tempo dos episódios, fazendo parecer para nós próprios que durou diversos meses e que estivemos do lado de Marco o tempo inteiro. Como a Concetta diz em um episódio, “a mãe de Marco se tornou a mãe de nós todos”.


Graças a essa jornada, pudemos ver retratados diversos tipos de cultura e a realidade destes. Vemos como era a situação social da Itália em tempos de crise populacional; como imigrantes italianos eram tratados pelos sulamericanos; como eram precárias as comodidades dos navios de imigração; como viviam os ciganos que sempre viajavam em enormes carruagens movidas a boi; como os gaúchos dos pampas viviam isolados em uma casinha onde tinham apenas a companhia de um velho violão; como era o dia a dia de quem vivia na periferia, entre outras realidades culturais da época. Novamente volto a dizer, a diversidade cultural explorada nesse anime dificilmente será encontrada em outro. E não é algo simplesmente mostrado com fins educacionais, mas também algo para emocionar. Impossível não sentir empatia pela garotinha que vive na periferia e fica extremamente feliz quando tem visitas ou pelo dono italiano do bar que faz de tudo para ajudar Marco a prosseguir em sua jornada.


"Marco e Amedio vão ficar conosco", diz a pobre garotinha dançando de felicidade.

Mas essa abordagem da realidade cultural não para por aí. Ainda vemos como os vagões dos trens da Argentina eram separados por classes sociais, com a parte dos ricos sendo toda confortável com assentos estofados e a dos pobres sendo tudo de madeira. Vemos também a situação de quem vivia na periferia de Córdoba, na Argentina, submetidos a condições de vida precárias, tendo que viver dos restos de comida dos outros e que sofrem extremo preconceito pela sociedade, com nenhum doutor querendo ajudar um garoto desesperado dizendo que uma garotinha está com febre alta, tremendo e tossindo, sendo recusada por morar na favela. Qual a única maneira do médico decidir salvar essa garotinha socialmente pobre da morte? Dinheiro. Muitas dessas coisas mostradas nessa série estão presentes em nossa sociedade hoje em dia e é exatamente isso que Takahata fez questão de mostrar. Por mais que os tempos mudem, por mais que agora nos locomovamos por trens movidos à eletricidade ao invés de locomotiva, algumas coisas permanecem eternas: as desgraçadas da sociedade.

A pobre garotinha sem forças para sobreviver e sem doutor para ajudar.

O fato é que essa jornada mostra uma nova visão do mundo para Marco. À medida que progredia de cidade em cidade, aquele garoto cuja única ambição era reencontrar a mãe e fazê-la feliz passa a perceber que deve deixar não só ela feliz, mas a todos aqueles que passaram pelo seu caminho e o apoiaram. Ao ver a situação precária que rodeava certos lugares do mundo, o garoto dá o máximo de si para ajudar os necessitados. Assim como seu pai cuida de um hospital que não recusa nenhum tipo de pessoa, algo que os habitantes da periferia achavam que não existia, ele decide que quer ser um doutor quando crescer e fazer a sua parte no mundo. A jornada de Marco ensinou muitas coisas a ele e nós aprendemos junto dele.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Marco é mais uma obra-prima da brilhante carreira de Isao Takahata. Assim como Heidi, essa série transcende o conceito de série animada – é uma pura obra da vida, mostrando todas as felicidades e adversidades do mundo real. Você não enxerga os personagens como personagens, são pessoas as quais você se identifica com as situações que ela passa e, acima de tudo, com os sentimentos dela diante dessas situações. Você cria vínculos com essas pessoas e passa a considerá-las parte de ti. Animações assim não existem mais. A vida não pode ser uma animação de acordo com os padrões de hoje.

Valorize sua família. Valorize suas amizades. Abra seu coração. Tente fazer a sua parte nesse mundo cheio de sofrimento, mas que também pode ser o palco de muita felicidade.




-por Vinicius "vini64" Pires

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